Abstract Há de fato uma mudança em andamento na imagem que se tem de pessoa nas neurociências? A partir dessa indagação, questiona-se o uso totalizante do princípio de causa e efeito no âmbito dessas ciências, com os objetivos de obter indicações para a reflexão neuroética e apontar para o lugar da pastoral no cuidado do ser humano. Procede-se a um exame crítico da neurofilosofia de Ansgar Beckermann, configurando-se a hipótese de trabalho como contrária a reduzir-se ao cérebro a explicação do fenômeno da vida consciente. Esse fenômeno é sempre espontâneo. Não fosse assim, como seria possível responsabilizar os seres humanos por suas decisões e atos? Propõe-se um quadro de referência no qual a pessoa e a imagem que dela se faz partem de um ponto de vista integral. Ela é simplesmente alma vivente, sempre maior que uma de suas partes e mesmo à soma delas. A ética, nesse modelo, pode manifestar-se como neuroética, agregando-se os saberes das neurociências. Admite-se a centralidade do cérebro na manifestação da vida consciente, livre e responsável, jamais dissociada, porém, da pessoa em sua totalidade. Para a pastoral inspirada na mensagem cristã e que se dirige ao cuidado da pessoa, a vida necessita ser valorizada e zelada. Nela não se procura salvar o Sujeito moderno, ou outra imagem nele centrada. Em sua perspectiva, o ser humano é sempre carente de reconciliação. Porém, uma imagem reduzida de pessoa, que lhe negue alguma de suas características, em nada contribuirá para a continuidade de seu trabalho e testemunho. Downloads Download data is not yet available. Author Biography Gerson Joni Fischer, Faculdade Teológica Batista do Paraná (FTBP). Doutor em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST), professor da Faculdade Teológica Batista do Paraná (FTBP), Curitiba, PR
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